quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Capítulo 4 – Madeira!

Bem, tenho alguns problemas. Não tenho mais dinheiro, esse problema vale pelo resto. Sem dinheiro sem bebida, sem gasolina, sem cigarros, sem rapidinhas, sem hotel. Ou seja, vou ter que fazer o que qualquer pessoa normal faria: Roubar.
Ah, qual é Bull? Roubar? Isso é coisa de marica armado! E você não é nenhum dos dois! Vamos! Pense, pense! É tão difícil assim arranjar uma forma de ganhar dinheiro?
“Ei você!”
“Desculpe senhor, estou atrasado para o trabalho”

Malditos bundões sem tempo de me ajudar. E o pior: essa merda de cidade tem um porrada de placas e nenhuma serve! Só placas do tipo “procura-se garçom”; “vagas para manobristas”; “funilaria e pintura, precisa-se de ajudante”; “Sem dinheiro? Sem gasolina? Sem cigarros? Arranje um emprego!”
É. Não vou conseguir dinheiro. Não tem nenhuma solução. O jeito é voltar para qualquer lugar.
“Espere ai, Bull?”

Era só o que me faltava, alguém que me conhece.

“Onde? Ele me deve dinheiro!”
“É você mesmo Bull! Há quanto tempo parceiro!”
“É mesmo. George certo?”
“Eusébio Aragão”
“Foi o que eu disse!”

Puta que pariu, por que todo mundo que eu conheço tem que ter um nome que nem cachorro queria ter?

“Foi bom te ver cara, mas já vou indo, tenho um concurso de lenhador daqui a pouco, vai render uma nota preta”
“Não me diga! Onde é mesmo?”

[Algum tempo depois]

“Sejam bem vindos à última etapa do terceiro encontro de lenhadores. Hoje será a final entre o nosso bicampeão Décio Machado contra Eusébio Aragão. Um momento, Eusébio? Você está diferente”

“É que... Eu... cortei o cabelo”
“Estranho, ele parece maior”
“É assim que eles fazem na... Dinagoslávia”
“A onde?”
“País novo, você não deve conhecer”
“Então tudo bem, em 5 minutos, começaremos os jogos!”

Cara chato do inferno. Eu aqui me passando por alguém que chama Eusébio e ainda tenho que dar satisfações...

“Daremos inicio então a prova! Em duas horas, quem cortar mais arvores, vence! Valendo”

Essa vai ser fácil. Esse velhote não vai bater o maioral dos lenhadores. Vamos lá, Corta, corta, corta cai. Corta, corta, corta, cai. Como será que ta se saindo o fóssil remasterizado? Ah, olha só, ta descansando, é um bundão mesmo. Corta, corta, corta, cai. Corta, corta, corta, cai.

[Duas horas depois]

“Agora parem os dois! Vamos ver os resultados. O Senhor Décio derrubou trinta e cinco árvores. Meus parabéns o novo recorde! Agora vejamos o senhor Eusébio. Meu Deus! É surpreendente! Ele conseguiu derrubar duas árvores! Foi o pior resultado que eu já vi!”
“O QUE? Isso é impossível! Sempre que eu olhava o saco velho ai ele tava sentado! Me passaram a perna!”
“Não meu filho, não foi isso”
“Cala a boca e Décio Machado no teu pinto, idiota”
“Não filho, todas as vezes que você me via sentado eu não estava descansando, e sim amolando meu machado”
“Amola isso então!”
“Senhor Eusébio, você está desclassificado por nudez!”
“Cala a boca antes que alguma arvore vá parar no seu rabo!”

[Algum tempo depois]

“Bull, meu filho, você não sai desse hospital!”
“Desculpe doutor, eu achava que a arvore cabia no rabo desse tagarela medíocre”
“Cuidado com o palavreado no hospital Bull!”
“Desculpe doutor, no rabo desse senhor”
“Ai ai, que seja, mas agora cabe um trem Bull”
“Então eu vou embora antes que ele peide”

Posso ter dado uma lição pra aquele marica, mas eu preciso de dinheiro ainda. Puta que pariu, capitalismo é uma merda! A onde fica Cuba?

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