quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Capítulo 2 - Encontro Com O Demônio

Aquele hospital era uma merda e eu fui bem grosseiro, mas o doutor não precisava ter falado daquele jeito comigo. Um dia ele vai me ver de novo e eu vou mostrar o que é bom! Bem, onde eu deixei meu opala mesmo? Ah sim, lá no bar do Joe, mas vou pra casa andando.
Silêncio. Tem alguma coisa errada nesse lugar. Cadê as viaturas? As sirenes? O FBI? Vou entrar o mais quieto possível nessa joça.
A porta esta meio empoeirada, acho que ninguém meche nessa fechadura a dias! Rodo-a bem devagar e a porta faz um barulho bem sutil.
“Onde você ficou esse tempo todo seu vagabundo ordinário?”
Meu Deus! Errei de casa e vim pra casa do capeta! Que merda, essa é mesmo minha casa e essa é mesmo minha mulher, Jubiléia Carrasco.
“Eu estava viajando a negócios”
“Você está desempregado seu imprestável!”
Ela podia me xingar menos, mas o que me dói é saber que sou casado com uma mulher que tem mais barba que eu, mas acredite, ela nem sempre foi assim, além de que eu devia estar bêbado desde de o dia em que comecei meu noivado com ela até o dia que me casei.
“Vá tomar um banho que você está cheirando porco! E depois coloque essa roupa que nós vamos ao aniversário do filho dos Harison’s”
“O que? Eu não vou pra merda de aniversário nenhum, nem que você me peça pelada (Não que ela tenha alguma coisa para mostrar). Minha vida é minha e eu tomo as decisões por aqui!”

[um pouco mais tarde]

“Parabéns para o Michael, nessa data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida!”
“Que o Michael se foda, nessa vida maldita, e com muitos revolveres, que tirem sua vida”
“Falou alguma coisa Bull?”
“Não, nada”

Odeio aniversários! Ainda mais dessas merdas de crianças. Está na hora de eu fazer o que sempre quis fazer. Vou ser livre! As estradas proclamam o meu nome, o dia do acerto de contas chegou.
Vou até a mesa de Jubiléia, dou um leve toque em seu ombro. Ela se vira e eu acerto um cruzado de direita matador na ponta do seu focinho. Ela cai desesperada, eu posso ver isso.
“Está tudo acabado sua vadia”
Os olhos dela ficam vermelhos, parece ser sangue. Não, meu Deus, tenho que parar de beber, aquilo são chifres na cabeça dela?
“Brincadeira amor!”
Ela vai me matar! Eu não sabia que tinha razão quando dizia que ela era o demônio! Tenho que fugir! Cadê meu carro? Onde é a saída? Argh!!

[na manha seguinte]

“Ai minha coluna, o que aconteceu comigo? Por que eu to no chão? Isso é o inferno?”
“Não Bull, você levou uma cadeirada na cabeça”
“Aquela vaca me paga! Quem é você?”
“Jucilei”
“Que nome de bosta, parece o da vadia da minha mulher”
“é que eu sou irmão dela, idiota”

Vejo apenas o punho do cara de nome estranho pra cacete chegando perto da minha cara, então é melhor eu desviar. Argh!

[3 horas depois]

“Eu falei que era pra você ficar aqui Bull”
“Porra doutor, eu não sabia que eu tinha o inferno na minha casa”
“Não Bull, na casa de Jubiléia”
“Como assim?”
“Ela entrou com um processo contra você, tirou tudo que você tem, sorte sua ainda estar com roupas”
“Eu não estou mais casado?”
“Não Bull, sinto muito”
“ESSE É O DIA MAIS FELIZ DA MINHA VIDA!”
“Aonde você vai Bull?”
“Pega o meu Opala e sumir por ai”

Consegui a liberdade. Saiu tudo como o planejado. Sorte de o meu carro estar no Bar do Joe, a Jubiléia nunca soube que eu ia pra lá. A estrada agora vai sentir meu bafo de cerveja de perto!

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