sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Capítulo 8 – Feliz Natal



Até que em fim todos foram embora, eu queria dormir! To na estrada à umas duas semanas e por mais difícil de acreditar, até eu durmo. Bem, noite passada foi com uma garota, mas sejamos francos, eu não dormi.
Enfim achei a solução para meus problemas: Dormir. E tenho um dia inteiro para isso!
BEHH!!
Que merda é essa?
TOC TOC!!
Mas que merda, tem alguém na porta. Quer saber? Bela bosta. Vou dormir.
BEHH!!
Filho a puta! Para! Porra, vou lá ver.

“Fala logo, ta querendo o que?”
“Bull, eu... ai meu Deus! Você ta pelado?”
“Não, minha calça cor de pele tem uma tromba. É claro que eu to pelado”
“Mas você não devia atender a porta assim!”
“Puta que pariu, você fica tocando a merda da campainha pra me falar que eu não devo ficar pelado na minha própria casa?”
“Não, mas os bons modos...”
“Cala a boca! Quem é você”
“Sua mãe Bull. Vim te chamar pra comer...”
“Eu já não te disse que não te comeria?”
“Porra Bull, ouve!”
“Desculpa mãe”
“Então, é natal hoje, eu vim te chamar pra comer peru lá em casa, na ceia hoje”
“Certo, conte comigo”
“Jura?”
“Não”

Há! Esse barulho da porta quebrando o nariz dela é muito divertido. Agora, o que eu ia fazer mesmo? Acho que eu ia comprar alguma coisa. Foda-se, vou no mercado e vejo lá o que eu quero comprar.
Essa rua. Essas pessoas. E não é que eu me lembro do lugar? As pessoas daqui me amavam. Ta vendo aquele cara ali com o colete de lã listrado? Ele tinha um Opala e eu não. Hehe.

“Bull Bufalo Head?”
“A onde? Ele me deve dinheiro!”
“Espere, tenho certeza que é você!”
“Ta bom. Você me pegou, sou eu Eric”
“Eu sou Fred!”
“Tanto faz”
“Você rouba meu carro, não sabe meu nome, me deve no mínimo respeito!”
“O que? Haha! Por que eu devo respeitar um cara que usa suéter listrado?”
“Magoou meus sentimentos!
“Considere meu presente de natal”

Esse cara é uma comédia. Odeio ele falando, mas suas roupas são muito engraçadas. Ali o supermercado, vamos ver quanto eu tenho. Droga, não tenho nada.

“Oh Eric, volta aqui!”
“É Fred!”
“Tanto faz, vem logo”
“O que você quer?”
“Me empresta 100 pratas?”
“100 pratas? Ficou louco?”
“Não me faça tomar de você!”
“Não dou!”

[Alguns milésimos de segundos depois]

“Ei rapaz, sabia que você pode ir preso por isso?”
“Por que ein seu guarda? Vai me prender?”
“Não, era só um nerd. Mas paga 20”
“Eu só tenho uma nota de 100”
“Flexões, idiota!”

[Vinte flexões depois]

“Isso é por tentar me forçar a fazer flexões, guarda idiota. Da próxima fez vai pagar 500!”
“Desculpe senhor Bull”

Guarda folgado! Só porque é natal acha que eu posso ficar pagando flexões. É um babaca mesmo! Agora sim, ao supermercado.
Bem, vejamos, tenho 100 pratas. Preciso beber algo: Jack Daniel’s. 70 pratas. Sobram... É... Acho que 50. Então preciso gastar o resto com algo bem útil. Meu Deus! Que foda! Charutos Cubanos! E o melhor: É por 55 pratas, exatamente o quanto sobrou!
Onde é o caixa? Já sei! Vou seguir as flechas. Vejamos. Acaba aqui. Mas isso não é o caixa. É um papai Noel.

“O que você quer meu filho?”
“Quero uma bicicleta!”
“Hou Hou, que legal!”

Fala sério, trabalhar disso deve ser uma merda. Mas vamos tentar. Vou entrar na fila.

“Você quer o que meu filho?”
“Eu quero uma Harley Davidson”
“Hou Hou, muito bom! Tome essas balinhas”
“Balinhas? Eu peço uma Harley e você me da balinhas? BALINHAS?”
“Bem eu só...”
“Bem eu só é o caralho!”

Pronto. Esse velho levou a porrada de sua vida.

“Você nocauteou o papai Noel!”
“É. Eu sei”
“Agora você vai ter que ser o papai Noel”
“Não vou ser porra de pai de ninguém”

[Pouco tempo depois]

“Papai Noel, eu... Você é o papai Noel?”
“Sou”
“Mas você não parece com ele”
“É porque ele não existe. Próximo!”
“Papai Noel, eu quero um Max Steel”
“Larga a mão de ser Gay moleque, toma isso”
“O que é isso?”
“Um charuto. Você fuma e solta a fumaça”
“Que graça tem nesse brinquedo?”
“Você pode... É... Você fica maneiro!”
“O que é ser maneiro?”
“É você... Vou te dar um exemplo. Menininha, vem aqui. Pronto, ta vendo essa menina, garoto?”
“Estou”
“Então, essa camisa que ela ta rasga fácil olha”
“Você arrancou a camisa dela!”
“Eu sei. Agora presta atenção. Isso que ela ta usando é um sutiã. Atrás tem uma travinha. Solta essa travinha”
“Ta. Senhor papai Noel, eu não to conseguindo”
“Deixa que eu arranco então. Pronto. Agora ela ta sem sutiã. Põem a mão nos peitos dela. Isso garoto. Como se sente?”
“No paraíso”
“Isso é ser maneiro!”
“Obrigado papai Noel!”
“De nada filho. Ei segurança, tem uma menininha aqui sem camisa”

Se bom é um pé no saco! Pelo menos o moleque aprendeu a ser alguém! Vou pra casa agora. Depois que esse Jack acabar e os charutos também, vou passar o natal lá na casa da minha mãe.

[Um Jack Daniel’s e alguns charutos cubanos depois]

BEHH! BEHH! BEHH!

“Bull! Você veio filho!”
“Não me diga! Pensei ter ficado em casa. Cadê o Peru?”
“Sempre engraçadinho! Junte-se a mesa conosco, chegou na hora da oração. Olha que ta aqui pessoal! Já podemos começar. Bull, que fazer a oração?”
“Eu não sei fazer isso!”
“Então hoje você vai aprender. Pode começar”
“Certo então. Obrigado Deus por nos dar esse natal com peru, Jack Daniel’s e charutos cubanos. Agora meus amigos, peço para que fechem os olhos durante 30 segundos e que em um momento apenas seu, pense em seus desejos para o próximo ano”

[30 segundos depois]

“Amem. Onde ta o Bull?”
“Não sei. Onde ta a comida?”

Adeus Pingapura! Agora sou só eu e a estrada de novo! Quem diria que no banco traseiro do Opala cabia tanta comida...

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